domingo, novembro 27, 2005

Quase que te amo..



Adoro o teu sorriso malandro, o teu ar rebelde, o teu olhar de criança, o teu cheiro..o teu calor
Adoro a forma como me tocas e me olhas e me falas e me beijas
Adoro a forma como me provocas e me seduzes e me tiras do sério..
Adoro a forma como me desejas, como te desejo..como não nos resistimos..
Adoro a forma como colocas subtilmente a tua mão no meu corpo e a passeias e te passeias nele..ora meigo, ora seguro..
Adoro como aumentas a respiração, como me sussurras ao ouvido palavras de amor e de tesão..e me provas e me decoras e me repetes..

Amar-te-ia se existisses...


(foto de Frank Boots)


Rua estreita, calçada gasta..
Subi as escadas de madeira velha, rangendo de dor a cada passo meu.
Tinham histórias para contar, elas, as escadas, de pés subindo e descendo...de dores vividas..
A porta estava entreaberta e o som do teu saxofone aumentava a cada passo meu..
Chamaste-me ás 4horas e 11 minutos...disseste-me apenas que precisavas que viesse..
Cheguei pouco depois ainda em camisa d dormir e deitei-me no sofá branco em frente à lareira.
Olhei-te a noite toda e ouvi cada palavra que me disseste através do choro do teu sax..
No fim da noite abraçaste-me como nunca antes.
Disseste-me que tinhas medo de voar,eu admiti ter medo de cair..mas nessa noite,nessa noite soube que voaríamos para sempre, sem quedas, sem medos ou vertigens!
Envolveste-me nas tuas asas e ali, no sofá branco como nuvens, voamos juntos pela primeira vez..

Bons voos amor..



(foto de Frank Boots)




Ás vezes somos assim só por vezes..de outras só algumas vezes não o somos...
Vou sendo muito assim, maioritariamente assim.
O meu ás vezes é um quase sempre..e não me importo! (Ou talvez vá importando..)
Há dias assim, há vidas assim, passadas fragilmente vivendo para nós mesmos, porque mais frágil ainda seríamos se vivêssemos para os outros.
Então, vivemos egoistamente só para nós, não por egoísmo mas por uma fragilidade maior... e então damo-nos sem nos darmos e falamos sem nos contarmos...
Desesperadamente, fragilmente à espera que alguém ignore que nos queremos fechados no nosso mundo e o invada mesmo que a muito custo...e nos ponha o braço no ombro e nos convide para voar..

"Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém

Frágil
Sinto-me frágil..."

Comentário:
Este texto saiu-me em tom de desabafo ao ver postado num blog de um amigo meu a letra do palma..acabei por postar o desabafo..apeteceu-me dar-me um bocadinho, contar-me um bocadinho..